Negrume Imortal - Fan FIC - 1º Capitulo

**ARO**
O fogo e o gelo nunca se deram bem, nem mesmo foram feitos para estar juntos. O gelo apaga o fogo e o fogo faz o gelo derreter e evaporar-se. Coisas que jamais estarão juntas de braço dado numa luta amando-se e lutando contra os seus. Fogo contra fogo, gelo contra gelo…
Os dias correm depressa demais, os anos podem ser mesmo comparados a curtos minutos e sem que dê-mos por isso já caímos no poço do tempo, o poço da imortalidade que nos congela nesse miserável senhor: o tempo. Para simples humanos um dia tem de passar de cada vez, para nós podem vir todos amontoados que não faz qualquer diferença. Esperei que o tempo continua-se calmo, mas, Volterra estava assombrada por milhões de turistas. Se não nos servissem de alimentos mandava-os embora. Ao fundo Heidi, Jane, Chelsea e Renata gracejavam. Contra tudo e contra todos as quatro amigas achavam impossível que Bella fosse assim tão imune aos nossos poderes. Certamente que deveria haver algum que funcionasse nela. Como o de Jasper! Alec estava ao fundo da sala de pé com Demitri e Félix.
-Demitri! – Chamei-o. Ele veio logo aparecendo á minha frente com uma rapidez sinistra.
-Senhor… - Respondeu-me. Todos tinham parado para olhar. Já não havia os gracejos doces das quatro vampiras e todos os olhos estavam postos em mim. Á muito que esperavam a minha ordem para que fossem atrás de Bella e a despedaçassem. Mas não. Não o iria fazer agora.
-Manda chamar os meus irmãos. – Disse eu levantando-me. – Vistão os mantos. Está na hora de irmos andar um pouco por Volterra. – Disse aproveitando o facto de ser de noite. Todos se levantaram na imensa correria arranjando-se. Marcus e Caius apareceram já trajando os seus longos mantos. Saímos para a noite escura. O silencio reinava. Por entre as ruas pouco ou nada iluminadas, não se ouvia qualquer som, nem mesmo o nosso. Como fantasmas, deslizámos por entre as pedras escuras e frias. Parei, encostando-me a uma pedra escura de origem marmórea. Todos pararam, como seria de esperar.
-Meu amo? – Começou Jane.
-Jane, meu consolo. Pede sem hesitares. – Respondi, vagamente consciente do que ela me iria propor.
Jane sorriu, o sorriso angelical contrastava com as faces maléficas e com o olhar vermelho vivo.
-Tenho reparado, como todos nós, aliás, que anda aborrecido com alguma coisa. E julgo saber o que é.
-Tenho a certeza que sabes. Todos sabem.
-Estivemos a falar – Apontou para todos que nos acompanhavam. - Todos concordamos que o melhor seria fazermos uma visita aos Cullen. Quem quebra as regras tem que ser castigado! Não concorda?
-Jane…-Fiquei pensativo –A única razão que me prende aqui em Volterra, e porque não fui ainda ver se a humana está entre o nosso mundo, foi por causa do Carlisle.
-Porque Carlisle é seu amigo? – Questionou Heidi.
Um breve sorriso passou-me no rosto.
-Não só. Carlisle tem muitos…conhecimentos. Se falasse com alguns dos seus amigos, poderiam armar uma revolta, e eu não estou inteiramente disposto…a matá-lo se isso acontecesse.
-Compreendo amo, mas a humana – fez uma cara desprezível – devia morrer! Está válido para os dois lados, ela sabe do nosso segredo! Quantos vampiros já morreram por contarem o nosso segredo a humanos? E quantos humanos já morreram por sabê-lo?
-Quanto daria eu para lhe cravar os dentes! – Sibilou Heidi.
Demitri fez sinal de concordância com a cabeça.
-Aquela humana já arranjou muitos sarilhos amo, inclusive até já foi a responsável pela morte de um vampiro, segundo nas lembranças de Edward. – Recordou-me Chelsea.
-Por vocês íamos já para Forks e exterminávamos a humana certo? – Questionei apesar de já saber a resposta.
Caius falou pela primeira vez, e assumiu posição de líder perante o assunto que estava a ser tomado.
-Todos concordamos que a humana deveria morrer. Sei que achas que depois de ser renovada, ela vai ser um potencial talento para a guarda dos Volturi, mas segundo Marcus, o relacionamento de Edward e Bella é tão forte que ela nunca virá para Volterra sem ele.
Não respondi. Jane percebeu logo o motivo do meu silêncio.
-Penso que já sei porque não queres matar a humana. Tu queres que ela se junte a nós, com Edward e Alice, certo?
-São dons formidáveis. – Repliquei.
-Eles nunca aceitaram juntar-se a nós. – Contrastou Renata.
-Nem deviam juntar-se a nós! – Murmurou Heidi, com um tom sibilante.
Olhei-a nos olhos.
-Ainda sou eu a decidir Heidi! Não sei que problemas tens contra eles, mas são vampiros com dons formidáveis e isso basta-me. Para vocês também devia bastar.
-Desculpe amo. Apenas disse isso porque, eles não são vampiros normais. Eles não bebem sangue humano, são uns…revolucionários. – Disse Heidi.
-Quando se juntassem a nós, passariam a alimentar-se melhor. E não é isso que está em causa! Não me pressionem, eu estou certo que tomarei a melhor decisão. Esta conversa pôs-me exaltado. Heidi vai caçar. – Ordenei
Heidi compôs um enorme sorriso.
-Com certeza amo. – E desapareceu por entre a bruma cerrada.
-Vamos voltar para o castelo. – Ordenei novamente.
E assim percorremos o caminho inverso, todos a pensar na mesma pessoa, mas em diferentes destinos para ela.