Preservativos Furados - 4º Capitulo

Todas as noites, antes de ir para a cama, ia espreitar Eduardo ao berço. Naquela noite deixei-me ficar mais tempo, a vê-lo e a imaginar como seria o futuro a partir dali. A lua cheia parecia estar a vigiar-me e a perseguir me. Perguntei-me porque não podia simplesmente deixar para trás as velhas recordações que surgiam, aceitar o passado, o presente e o futuro como algo dependente de mim mas…a verdade é que ainda estava á espera de Edward arranhar a janela do meu quarto e dizer-me o quão parvo, burro, estúpido, inútil, atrasado, infantil tinha sido. Mas ele não voltava e decidi, pelo meu bem e pelo de Jacob, encerrar o assunto Edward. Sim, era o melhor a fazer. Nunca mais iria falar, pensar ou esperar por ele.
Ouvi o telemóvel tocar e precipitei-me ao pensar que ia ouvir a voz aveludada de Edward…mas era o meu pai, parecia bem-disposto.
-Que queres? – perguntei irritada.
-O Edward esteve cá!
-Não é Edward pai, é Eduardo – Tentei explicar.
-Não! Foi o Edward! Aquele que tu namoraste!
-Ah? Não estou a perceber já nada! Qual Edward que eu namorei? Até parece que não sabes que sou virgem! – Insisti.
-O que é vampiro e rico!
-Ah! O meu Edward! – Exclamei. – Ele veio resgatar-me!
Vi a expressão furiosa de Jacob.
-Veio convidar-me para o casamento. – Declarou Charlie.
-Oh! Ele marcou a data do nosso casamento já? Tão querido! – Disse orgulhosa dele.
-Não Bella, o Edward vampiro vai casar com a Tania vampira de Denali. – Murmurou.
Senti a cabeça a latejar e os olhos com as veias a rebentar, um fio de fumo saiu dos meus ouvidos e explodi.
-NÃO! O EDWARD AMA-ME! NÃO PODE!
Vesti um fato macaco azul escuro com manchas de óleo e pus-me em cima da minha bicicleta cor-de-rosa. Pelo caminho ia a chorar que Edward me amava e não podia. Ao passar a fronteira dos Quileute vi uns vultos sorrateiros. Edward apareceu, Tanya mais atrás. De mãos dadas! A fúria cresceu dentro de mim.
-Bella querida… - Murmurou Edward.
Peguei numa marreta e avancei para Edward. Dei-lhe tantas naquela cabeça que até eu estava a ficar zonza. Tanya observava as unhas enquanto eu batia no seu noivo.
-Filho da…!
-Ei Bella! Calma! A minha mãe já morreu lembras-te? – Relembrou com voz pastosa.
-Ah pois! – Peguei na minha caçadeira de dois canos e comecei a espingardar. Como eles são feitos de pedra, fez ricochete e as balas vieram encravar-se todas em mim.
Tirei as balas e voltei á carga, dois lobos rodearam-me os flancos. Dei um sorriso triunfante enquanto Edward e Tanya fugiam.
Ao virar-me vi que não eram dois lobos que me rodeavam os flancos, mas sim dois leões da montanha. Aprecei-me a ir atrás de Edward e Tanya.
-Hei! Não me deixem aqui!
De repente os vampiros viraram-se com os dentes arreganhados para mim e de um salto avançaram até mim. Fiquei petrificada. Desejava ter ali Eduardo comigo. Ao menos ele também morria, sim, eu sou egoísta.
Os leões tombaram no chão. Ah, suspirei de alivio, eles não em iam matar a mim.
-Bella! Como estás a ser muito compreensiva, toma. – Tanya estendeu-me uma caixa azul e outra verde.
-Que é? – Perguntei enquanto lia as instruções.
“Colocar no… depois pôr…”
-Preservativos? – Perguntei atónita.
- E tampões! – Gritaram em uníssono enquanto desapareciam pela floresta fora.
Voltei a casa e vi que Jacob estava a chorar.
-Tás a chorar porquê? Estás na menopausa?
Jacob correu até mim.
-Olha, deram-me preservativos e tampões.
-Boa! Salta para a cama Bella.
-Ai…não…dói-me a cabeça sabes…
-Já!
Saltei rapidamente para a cama e envolvi-me naqueles lençóis frescos e negros. Ouvi Jacob murmurar.
-De menta como eu gosto!