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quarta-feira, 21 de julho de 2010

2º Capitulo - Preservativos Furados


2º Página
Passando no tempo…
Esperei durante anos aquele dia. O dia que tardava em aparecer. O dia em que eu ficaria livre ao mundo. O dia em que a criança de Jacob, que eu carregava no ventre, viesse a este mundo.
***
Estava sentada no sofá castanho-escuro com as pernas semi abertas e uma parte do meu vestido branco a tapar o meio das pernas. Tinha pacotes de bolachas á minha volta para não ter de me levantar para ir buscá-los a meio da minha estadia no sofá. O comando estava ao meu lado para não desperdiçar energia a pegar nele. Garrafas de cerveja Tagus estavam espalhadas pelo chão velho e recesso. Jacob tinha ido trabalhar para as obras. Era trolha, e estava a trabalhar numa construção ali perto, uma casota. Comecei-me a rir e depois apoiei a mão na minha grande barriga. Parecia o Pai Natal, só me faltavam as barbas brancas. O bebé estava prestes a nascer e por isso eu não devia fazer muitos esforços, o próprio Jacob já não queria ir trabalhar para o caso de eu entrar em trabalho de parto. Malandro! E depois eu ia comer e beber de quê? Sim, estava a ficar uma bêbada.
-Se tiver contracções eu uivo. – Disse-lhe eu.
Ele olhou-me com tristeza nos olhos e depois espirrou. Ah pois é! Esqueci-me de dizer que durante a minha gravidez, apeteceu-me ter um cão. Um pinsher chamado “jacobino”. O facto é que Jacob é alérgico a pelo de cães…eles estiveram numa guerra terrível nos primeiros tempos. Era frequente ver Jacob a urinar na soleira da porta ou a alçar a perna como uma stripper ousada.
-Na boa – Disse Jacob e depois saiu até ao trabalho.
Comecei-me a rir parecendo por momentos uma tola. Depois senti uma pontada na barriga. Deixei cair a bolacha que tinha na mão e com ela toda a minha esperança.
A minha mão estava agora na minha barriga e afagava-a com cuidado. Tentei uivar, ganir, qualquer coisa mas eu simplesmente estava sozinha na minha casa partilhada com Jacob. Jacobino, pressentindo algo veio até mim mas eu não conseguia falar, mover-me ou sequer pensar em algo. Escorreguei do sofá e embati no chão de pedra dura, a minha pele quente em contacto com a fria espessura do chão.
As minhas mãos agora seguravam o sofá em vão e gritei. As contracções estavam a vir mais fortes, mas temidas e menos espaçosas. Tudo em mim me gritava para fugir! Fugir de mim mesma e de tudo o que era! Mas eu só conseguia tremer de medo e dor! “Espero que seja menina!” pensei eu.
Com muita dificuldade e esforço ergui-me andando com as pernas abertas e sentei-me numa das cadeiras da cozinha. Peguei num tacho e pus agua a ferver, peguei no pano da cozinha e agarrei-o com força. Depois de a água ter fervido e do pano já estar tão desgastado de o ter apertado eu deitei-me na cama, minha e de Jacob. Ao deitar-me, os lençóis pretos e frescos como a noite de Verão ficaram com uma enorme mancha molhada e preparei-me a ter o meu filho – sozinha.
Quando eu comecei a gritar de dor audível ouvi a porta da cozinha bater e pouco depois vi Paul entrar no quarto. Eu estava completamente escachada de pernas abertas e sem cuecas virada na direcção da porta, e Paul olhou-me de olhos e boca pasmados.
-Vai…grr! Vai chamar o JACOB! Aaaahhhh!! – Disse eu perante as dores. Ele acenou e pouco tempo depois partiu. Eu comecei a ter o bebé a sangue frio, todas as minhas dores se concentravam num fim. Os meus olhos que até aí estiveram fechados abriram-se e tive a imagem nítida que me despedaçou o coração. Edward estava ao meu lado segurando-me a mão e eu queria retirá-la! Estava tão fria! Mas os suores eram muitos e até me fazia bem…e Edward…ele olhava para mim com uma expressão de preocupação tal, que eu não fui capaz de conceber a ideia que ele me tivesse deixado…não enquanto estava ali. Mas, eu vi Edward com olhos diferentes. Já não eram as imagens que eu guardava, ele estava diferente. Algo nele tinha mudado. Abri mais os olhos e algo se turvou neles. Edward arreganhou os dentes para mim. Os seus dentes estavam repletos de sangue tal como os seus olhos e o cheiro inconfundível abalou-me. Edward chegou-se até mim e sussurrou-me com a sua voz de veludo ao ouvido:
-Desculpa Bella…mas o sangue do teu filho é demasiado apelativo para eu esquecer…vou matar mãe e filho…
E de repente já não estava lá Edward, agora estava lá James e sorria-me com um rosto que eu conhecia bem demais! Ele chegou-se até mim e roçou os seus dentes no meu pescoço. Depois mordeu e sugou o meu sangue até eu já nada ver…eu gritei e gritei até sentir um braço quente do meu outro lado que James não mordia. E depois era Jacob de um lado a apoiar-me um ombro, enquanto James me sugava o sangue…e a sua cara mudava, ora era James, ora o meu antigo amado, Edward.




Ainda esta semana sou capaz de postar o 3º capitulo, está mesmo comico!

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