1ºCapitulo
Era mais um dia solarengo em Phoenix com uma leve aragem a passar por entre as árvores. Levantei-me cedo nesse dia, para recomeçar as aulas. Nunca me era fácil voltar para as aulas no fim das férias calorosas de Verão decoradas por muito sol. Já via os dias calmos afastarem-se para além do meu alcance, pelo menos nesta altura do ano. Comecei a arranjar-me para ir para a escola vestindo uma mini-saia e uma T-shirt. Ainda estava calor para usar aqueles trajes. Os meus cabelos castanhos-claros ondulados caíam-me por as costas em cachoeira e contrastavam perfeitamente com os meus olhos azuis de um tom esverdeado e os meus lábios carnudos numa pele um pouco morena, mas sem exageros. Desci as escadas até á sala de estar e depois fui tomar o pequeno-almoço. O meu pai estava sentado á mesa a ler o jornal.
-Bom dia! – Anunciei a minha chegada. Ele não retirou os olhos do jornal para me olhar.
-Bom dia. Espero que estejas pronta para a escola e é melhor despachares-te para não chegares atrasada. – Contestou olhando para o relógio de pulso que tinha. Os meus pais tinham-se separado e eu vivia com o meu pai porque a minha mãe vivia em França e eu não sabia falar francês e não me importava de ficar com o meu pai. Ele tentava ser um bom pai e fazer programas de “pai e filha” mas normalmente nunca dava em grande coisa. Peguei na caixa de cereais que estava arrumada no armário e despejei um bocado para dentro da tigela e depois verti para lá leite. Depois Percy (o meu pai) levantou-se.
-Não te esqueças de fechar a porta quando saíres. – Declarou dando-me um beijo na testa e depois abandonando-me. Despachei-me a acabar o pequeno-almoço. Depois de cuidar da minha higiene oral e pentear o cabelo peguei na minha mochila e saí de casa sem me esquecer de levar a chaves do meu carro e de fechar a porta. Comecei a andar em direcção ao meu Jaguar. É isso mesmo. Eu tinha um Jaguar que a minha mãe tanto insistira que eu não podia andar com um carro qualquer e então ofereceu-me aquele belo presente nos anos. Arranquei calmamente e sem grandes pressas. Era sempre bom chegar atrasada no primeiro dia de aulas.
Os estacionamentos estavam quase todos cheios mas lá consegui arranjar um. Não ia ser desta que ia chegar atrasada. Tinha saído cedo de mais de casa! Alguém esbarrou em mim deitando-me quase ao chão se alguém não me tivesse apanhado.
-Desculpa. – Disse o rapaz que tinha esbarrado em mim enquanto eu me punha de pé novamente.
-Não há problema. – Virei-me para agradecer a quem me tinha apanhado mas esse “alguém” já não estava lá mais. Não importava. Continuei a andar em direcção á sala onde iria ter aula.
-Olá meninas! – Cumprimentei as minhas amigas quando me aproximei delas.
-Oi April! – Cumprimentou-me logo Lauren a minha melhor amiga. – Estava a ver que nunca mais chegavas! – Eu e ele começamos a entrar para dentro da sala e depois ela sentou-se na mesa á frente da minha.
-Calma. – Já a conhecia. Ela queria contar algo que considerava bombástico. – Conta-me lá.
-Contar o quê? – Ela gostava daquele jogo de se fazer passar despercebida. Revirei os olhos. – Ok! Há um tipo novo na escola… é gato! – Explodiu. Ri-me. Ela estava assim só por causa de um tipo novo na escola que era gato? Era mesmo uma coisa de Lauren. – Sério April! Ele é mesmo gato! – Insistiu. – Vê! – Disse ela fazendo discretamente sinal para trás de mim. Olhei e vi… um rapaz lindo… ele olhou-me de esguelha e vi que tinha os olhos castanhos com uns reflexos meios alaranjados que me fizeram ficar toda arrepiada. O meu coração começou a desmoronar-se e a minha alma a vibrar. A minha respiração desenvolveu-se e depois o rapaz voltou a olhar para mim de esguelha e senti que ele tinha tirado a alma do meu coração. Eu sabia que mais tarde ou mais cedo aquele momento haveria de chegar e eu ia cair redonda no chão. Eu só pedia que ele me deixa-se ir e que a agonia não me toma-se. Ainda nem o conhecia mas já estava a sofrer vagarosamente. Levantei-me apressadamente e embati na professora que entrava na sala. Seria tarde para voltar atrás? Eu só queria que aquilo nunca tivesse acontecido. Sentia-a que as águas me estavam a afundar e continuei a andar. Lauren veio atrás de mim.
-April! – Chamou-me. Eu ignorei e continuei a correr e continuei a segurar-me forte. Depois ela alcançou-me e segurou-me por o braço. – Onde pensas que vais? – O ar dela era curioso e incompreensível.
-Não me estou a sentir bem… - Inventei. Eu sentia uma perfeita falhada, como uma racha num vidro, sentia-me incompleta mas isso também me fazia sentir única.
-April deixa-te de coisas. Vamos voltar para a aula. – Insistiu Lauren puxando-me por o braço. Não me debati e quando entramos na sala sentei-me na mesa onde anteriormente me tinha sentado. A aula parecia não querer acabar e o meu coração não parava de bater aquele ritmo estonteante. Eu juro que nunca pedi nada disto!
Finalmente a aula acabou e saí com rapidez.
-Mas o quê que te deu á bocado? – Questionou-me Lauren com um ar aborrecido.
-Desculpa… não quero falar sobre isso. – Evitar falar daquele rapaz por enquanto era a única coisa que eu poderia fazer.
-Viste o novo rapaz? Não parou de olhar para mim durante a aula! – Ups! Eu achava que era para mim que ele tinha ficado a olhar… mas até Lauren tinha de falar dele? Bem o primeiro dia de aulas foi infernal. A Lauren não se calou com o novo tipo que descobriu chamar-se Parker.
Por fim entrei no meu carro e pude ir para casa. Já me tinha livrado de Lauren sempre a falar de Parker mas para prevenir ia desligar o telemóvel. Depois se ela me perguntasse porquê que eu não tinha atendido eu dizia que era porque tinha ficado sem bateria e não sabia do carregador. E era uma boa desculpa! Se ela não acreditasse problema dela! Mas eu estava redondamente enganada. Á frente de minha casa estava um carro estacionado. Sentado sobre o capon estava Parker e ao seu lado uma rapariga baixa ruiva e depois um outro homem de cabelo da cor do chocolate negro que falava com o meu pai. Estacionei ao lado do carro do meu pai e comecei a dirigir-me para dentro de casa.
-April, querida chega aqui. – Chamou-me o meu pai para meu grande desgosto.
-Sim… - Respondi quando cheguei-me perto dele. Todos naquela família tinham os olhos da mesma cor com aqueles reflexos alaranjados só que agora os de Parker eram reflexos avermelhados que me fizeram estremecer.
-Esta é a June, o Peter e o Parker que mudaram-se á pouco tempo o Parker e a irmã, a June gostavam que tu lhes dissesses em que parte da matéria vão nas disciplinas enquanto eu ficava aqui a falar com o Peter sobre o que ele está a achar. Não achas boa ideia? – O quê? Eu tinha de os aturar? Infelizmente o meu pai era advogado e todos ali gostavam muito dele e diziam que ele para além de advogado ajudava as pessoas a ambientarem-se lá na aldeia. A arranjarem casa e assim… como agente imobiliário. Ele até tinha jeito mas era eu que ia ter de ficar a falar com aqueles dois não ele.
-Claro. – Concordei a custo. June avançou logo na minha direcção confiante.
-Vamos? – Perguntou depois virando-se para trás a Parker. Este seguiu a pequena irmã. A minha respiração voltou a acelerar. Abri a porta de entrada para a minha casa.
-Sentem-se… se quiserem. – Disse eu simpaticamente. – Querem beber ou comer qualquer coisa? – Continuei com a minha fingida simpatia. June aproximou-se mais de mim.
-Tens uma bela casa. – Elogiou.
-Obrigada. – Agradeci sorrindo fingidamente. Parker estava a um canto calado a observar-nos. June reparou que eu estava a olhar na direcção do irmão e também olhou.
-Não ligues. Ele gosta muito de ti mas tem vergonha de estar contigo. – Aquilo ofendeu-me profundamente. Eu era assim tão ridícula para ele ter vergonha de estar comigo? Ele olhou com desprezo para a irmã e depois saiu da casa bruscamente e de má cara.
-Vai atrás dele! – Impeliu-me June. Fiquei durante uns segundos petrificada a olha-la. – Vai! – Voltou a dizer. Dirigi-me á saída e procurei com os olhos Parker. Mas não o vi. Comecei a andar para fora e June vinha atrás de mim.
-Parker? – Chamei-o ao fim de algum tempo. Mas nada. Ninguém apareceu. Depois fui puxada por o braço para a minha garagem escura. Soltei um pequeno grito com o susto. Não esperava que aquilo acontece-se. Sentia os olhos de Parker pousados em mim no meio da escuridão e quase não ouvia a sua respiração o que me alertou.
-Não ligues ao que a June diz. – Pediu-me. Toquei-lhe no rosto na escuridão. A pele dele era muito fria. Senti logo que aquilo não era normal.
-Estas bem? – Sussurrei. Ele ignorou a minha pergunta e abraçou-me com tanta força que quase me ia sufocando mas quando ele se apercebeu que já me estava a magoar largou-me.
-Diz-me para nunca mais voltar a falar contigo nem nunca mais te voltar a tocar. – Pediu. Fiquei um pouco a meditar sobre as palavras dele.
-Vamos sair daqui. – Ali estava tão escuro que mal lhe conseguia ver o rosto. Ele não se moveu.
-Diz. – Insistiu. Não era a minha vontade por isso não o ia fazer. Depois ele moveu e puxou-me com ele. Finalmente já o conseguia ver em condições porque já tínhamos saído para fora da garagem e consegui ver o rosto dele. Os olhos dele estavam completamente vermelhos. Arregalei os olhos quando constatei isso.
-Parker! O que tens? – Perguntei assustada.
-Sede. – Disse ele começando a aproximar-se de mim e depois colocou a cabeça no meu pescoço e começou a beija-lo. June apareceu.
-Parker pára! – Gritou-lhe. Ele continuou e depois senti uma leve picada no pescoço e senti que Parker, não sei como, me estava a sugar a pele do pescoço e algo mais… escorreu-me por o ombro um liquido. Olhei de esguelha para ver o que era. Era para meu grande horror sangue. Comecei a gritar.
-Pára Parker! – Gritou June agarrando o irmão. – Pára! – Eu comecei a sentir-me fraca e tentei soltar-me dos braços de Parker que me agarravam fortemente, mas de nada valeu este meu esforço. Sentia-me cada vez mais fraca. June começou a puxar Parker de mim. Depois mais dois rapazes e mais duas raparigas chegaram e ajudaram June e todos juntos tiraram Parker de cima de mim. Não me lembro de mais nada porque depois desmaiei.
WOOOOOOOOOOOOOOOOOOOW!!!! Vou já ler o 2ª capítulo!! está fantástica esta história!!!
ResponderEliminarO 1º capitulo tá 5* vou já ler o segundo!
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