FanFic - Eternidade Obscurecida 4º Capitulo

Novo Começo

“Passados 3 séculos depois da minha transformação”
“…Passaram-se décadas e décadas e séculos de eterna felicidade. Quando a vida nos corre bem durante algum tempo, pensamos logo que é para sempre, porém isso não corresponde nada á verdade. A felicidade e o amor estão destinados a acabar. Geralmente quando acaba o amor acaba a felicidade. Quando se é mortal nada disso importa, todo o ser vivo que nasce tem que morrer. Quando se é imortal, a questão é outra. Quando matam o ser que move o nosso coração inerte, a única paga é a morte – de preferência lenta – e quando o objectivo fica cumprido? Ficamos a viver miseravelmente, por entre as teias da vida insinuosa sem razão para viver, sem razão para lutar. Nem todos são assim, porém o rancor do meu coração que á muito já não batia, pareceu vibrar de emoção quando o vi pela primeira vez. Apesar do arrepio que me percorreu o corpo com o seu cheiro ardente, o destino que circulava nas minhas veias onde o sangue – quer dizer veneno – circulava, pareceu ganhar velocidade e fiquei algum tempo sem realmente conseguir olhar para mais alguém a não ser ELE. A minha vida. Mas quem sou eu para pedir felicidade e amor? Ninguém. Sou uma eterna infeliz. Mas voltando á minha felicidade temporária... vou contar como perdi Toby…”

Surpresas

-Toby, diz lá a serio! É uma surpresa? Por amor de deus! Os aniversários já deixaram de fazer sentido á séculos! – Repliquei eu.
-Pois – olhou-me com uns olhos miseráveis inocentemente e lindos ao mesmo tempo – Não era por causa do teu aniversário sabes… - Olhou-me novamente – eu queria pedir-te uma coisa, uma coisa muito importante e acho que merecia o cenário adequado.
Continuámos a andar por entre as sombras da meia-noite em direcção ao meio da floresta.
-Então o que é? – Perguntei. – Vais obrigar-me a paralisar-te?
Toby ficou extático, eu sabia o pavor que ele tinha do meu poder de paralisar as pessoas, mas eu nunca lhe faria mal! Porém, às vezes eu paralisava pessoas, só por divertimento, e ele ficava um pouco aborrecido comigo. A culpa não era minha obviamente.
-È segredo a surpresa para ti, tu não me podes fazer isso! Não eras capaz. – Disse ele acertando em cheio. Não é que não fosse capaz, mas de certo que ele não ia gostar de ouvir a não valia a pena.
-Então vamo-nos despachar. – Sussurrei maliciosamente.
E disparámos como fantasmas sem vida – que éramos – em direcção á floresta verde e húmida misteriosamente. Ele parou e eu imitei-o.
-Aqui. – apontou para a clareira deserta repleta de flores que pareciam cristais coloridos. Era linda. Em volta das árvores havia musgo cintilante e julguei que seriam luzinhas. Havia uma manta vermelha – claro! - no chão rodeada de flores de todas as cores imagináveis.
-Oh… - Balbuciei parecendo uma idiota chapada.
-Gostas? Este lugar é… - Pareciam faltar-lhe as palavras.
-Único.
-Exactamente.
-E deve ser para me dizeres algo importante…ou pedires. – Eu já sabia o que ele me ia pedir. Eu já esperava, eu já ansiava, eu já me enlouquecia pela espera, eu já…tinha que me acalmar isso sim.
Como eu já esperava não foi surpresa nenhuma, mas mesmo assim vê-lo pousar o joelho no chão fez o meu coração bater mais depressa. – Se isso fosse possível.
-Kate, queres casar comigo para vivermos felizes para toda a eternidade? – Perguntou amavelmente e com a voz cheia de felicidade.
-Sim. – Declarei.
-Não. – Soou atrás de mim.
Toby levantou-se e eu virei-me para trás a tempo de ver quem tinha interrompido o momento único entre mim e Toby e vi os forasteiros que acabaram com parte da minha vida.