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sexta-feira, 16 de abril de 2010

FanFic - Eternidade Obscurecida 5º Capitulo


Quando achei que já passara tempo suficiente voltei devagar para junto de Toby. Esperava encontrar tudo bem e os dois sorridentes. Mas sabia que tal não ia ser verdade. Não tinha esperança. Sentia uma parte da minha vida perdida, o que queria dizer que Toby já não estava no mesmo mundo que eu, ele tinha morrido e eu perdido. O meu plano perfeito tinha sido egoísta. Tinha-me protegido a mim e agora sem Toby que faria? Não. Toby tinha que estar bem, tinha que estar para manter o que restava de mim inteiro sem se despedaçar. “E quando eu o encontrar vou abraçá-lo com toda a força do mundo e jamais separar-me dele”. Pensei.
O cheiro a deserto pairava no ar quando entrei na clareira onde Toby me pedira em casamento. Avancei mais uns metros e cheirei o ar. Deserto. Entrei na gruta onde o velhote tinha escondido Toby e encontrei tudo deserto. Menos uma coisa. Uma carta com um punhal espetado para se segurar na rocha.
O papel dizia:
“Caíste numa armadilha sua vampira, ficámos com o teu namoradinho se o quiseres de volta vem ter connosco e podemos fazer uma troca. O teu poder pelo vampiro. O velhote que te ajudou é apenas um colaborador nosso. Estás sem saída, vem ter connosco, a não ser que o rapaz já não te diga nada, de qualquer forma nós encontramos-te. Esperamos só pelo tempo da mudança, qualquer dia irás ter uma visita nossa, pois nós encontramos tudo o que queremos nem que te tenhamos que matar, agora és vingança.”
Estremeci e deixei-me cair no chão com a boca aberta e os olhos em chamas. Não podia acreditar que estivera certa. Por muito que o amasse tinha a certeza que assim que me apanhassem ele ficaria morto. Não podia me arriscar.
-Ele está morto. – Soou uma voz linda e suave como mel, que eu entendi que não era vampira. – Eu vi-os a matarem-no.
Virei-me e deparei-me com uma criatura linda. Mas não era humana. Nem vampira. Nem sabia sequer o que era. Tinha a pele toda colorida com um bonito tom azul-marinho, e uns olhos dourados com o formato de uma concha. Envergava um vestido branco que lhe moldava ao corpo e um colar com um símbolo desconhecido repousava no peito. Era linda.
-Quem…quem és tu?
-Mazuna. Sou uma sereia.
-As sereias não têm cauda?
-Os vampiros não ficam esturrados ao sol? – Perguntou apontando para o tímido sol do céu.
-Estamos quites então. Mas…tu disseste que tinhas visto o Toby a ser morto.
-Sim. Ele pediu-me para te dizer que tens de fugir, que eles te podem matar se te descobrirem. – Parou. – E que te amou mais que tudo na vida.
Viu o meu ar confuso e explicou.
-As sereias conseguem ler as mentes. Umas melhor que outras. Os seres míticos são mais fáceis.
Os meus olhos queriam fechar-se e eu própria queria dobrar-me e chorar, mas não conseguia. A dor era tanta que nem conseguia falar.
-O…obrigada. – Balbuciei.
-Alguma coisa que possa ajudar… - Sussurrou ela.
-Não. – Respondi.
Ficámos durante alguns segundos caladas á espera não sei de quê. Talvez não estivéssemos á espera de nada, talvez o destino apenas estivesse á espera.
-Vou-me. – Disse quebrando o gelo.
-Sim.
Comecei a virar-me ao tempo que ouço um barulho seco, forte e de rompante senti uma energia a percorrer-me o corpo.
De entre as árvores saiu um lobo enorme. Um lobisomem. Atrás de mim Mazuna arfou. Os lobisomens também deviam ser inimigos das sereias.
Estávamos feitas. Agora é que eu tinha a vida a escapar-me por entre os dedos da mão e por entre o meu coração gelado e quieto. O vento mudou de direcção.

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