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segunda-feira, 26 de abril de 2010

FanFic - Eternidade Obscurecida 8º Capitulo


Eu sabia onde queria estar naquele momento de fragilidade. Não queria matar seres humanos – como seria de esperar – nem ir atrás de quem matou Toby.
Naquele momento queria ir ao meu antigo mundo. Um mundo onde eu saberia que já não existiria ninguém vivo para me reconhecer. Só naquele momento é que percebi o quanto estava verdadeiramente empolgada por voltar á minha antiga cidade natal. Desde a noite em que Toby assassinara os meus amigos – inclusive o meu namorado – que nós os dois tínhamos fugido daquela cidade, andando um pouco á deriva da vida. Porque queria eu voltar? Não fazia sentido pois não? A minha vida já estava estragada o suficiente.
“Tens que ir” gritou algo dentro de mim. Não sei como dei motivação ao meu corpo mas de repente – depressa de mais – já estava naquela minha cidade conhecida. Muito tinha mudado, era verdade. Mas reconheci o cheiro do ar como algo a indicar-me estar – verdadeiramente em casa. A realidade atingiu-me e obriguei-me a sorrir apesar do caos da minha vida. Encontrarei a minha casa? Perguntei-me. Estava a abusar da sorte e sabia-o, porém já nada tinha e não sabia que fazer a não ser vasculhar em pedaços da minha vida destruída. Por isso avancei por entre o passeio da rua apinhado de gente, mas ninguém apontou para mim, ninguém me olhou de soslaio nem cochichou. Normal. As ruas passavam á medida que reconhecia as casas reconstruídas mas com os mesmos modelos antigos. Até que algo me chamou á atenção. Algo que me surpreendia por irradiar magia, apesar de ser tão velho. Uma loja que eu não reconhecia dos tempos que ali vivera, mas uma loja que devia existir á décadas. Tinha um vidro por fora que deixava ver para dentro. Só havia pó e teias de aranha. Depois vi algo que me chamou á atenção. Uma cadeira a balouçar que estalava á medida, um fumo a sair de um cachimbo, e um cheiro a nostalgia. A cadeira continuou a balançar e rodou sobre si mesma, mostrando a face de um velho, enrugado e com ar de trisavô.
-Estive á tua espera. – Murmurou.
E apesar de não fazer sentido nenhum aquela frase, senti que ele estava certo, senti que ele estivera tanto á minha espera como eu dele. De repente tive um vislumbre do meu destino, e vi numa teia do mesmo a cara do velhote e reconheci Stephen.
-Stephen…estás vivo… - Murmurei.
-Na verdade estou morto. Apenas menos morto que tu. – Disse e expirou novamente pelo cachimbo.

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